quarta-feira, dezembro 07, 2005

sabor a papel

Porque razão torce toda a gente o nariz quando vê alguém a riscar um livro a caneta? Tá tudo maluco?

Então não se pode tomar notas ou sublinhar um livro se a tinta for permanente? A mim, ensinaram-me na escola que a lápis só se escreve quando não se tem a certeza do que se está a fazer... E as mulheres: “olha, olha...esta geração...a estragar livros”. COMO??? Mas qual estragar livros? Quem aqui é que está a estragar livros, ãh? É tão bom encontrar aquilo que se sublinhou anos antes e sublinhar agora noutra cor coisas diferentes! Ou então, encontrar significados diferentes, outra densidade ao mesmo verso ou ao mesmo parágrafo! Que compre um lápis (e já agora uma borrachinha para não estragar o papel) quem não tem nada a dizer sobre um livro. Eu fico c’as canetas! E, se me enganar, da próxima ver que o ler corrijo-o com outra esferográfica numa nota a dizer: “minês, aos 22 eras tão parvinha que te enganaste”. E mais tarde, vou adorar.Há cada uma...

Desculpem-me, minhas queridas. Vocês não têm nada a ver com isto. Mas tinha de desabafar. Pronto, ok, tinha sido mais giro se lhes tivesse dito isto a elas, eu sei. Só que com os nervos...

PS: Hoje pensei: a vida sabe-me a papel. E tentei meter na cabeça, de uma vez por todas, que está na altura de começar a sair de casa mais vezes.

3 comentários:

anita disse...

concordo!!! sair, sair, sair... a vida está lá fora, minês castanheira *

Anónimo disse...

eu concordo com o lado da esferográfica. has-de dizer este post ao meu maridinho. ele quase tem um ataque cardíaco sempre que vê um livro sublinhado (só aceita a lápis e e e!!!) ou uma página dobrada na ponta. faz parte do grupinho de gente que acha que livro é para permanecer como obra de arte, sempre intocável mesmo depois e durante o toque. enfim... ideias!

.j.

mines disse...

Ainda bem que me entendes, Joanita!Eu sublinho os meus, os do meu pai, os da minha mãe e os do meu irmão...Só não sublinho os dos outros, porque...olha, porque não posso!