quinta-feira, dezembro 15, 2005

o poeta não existe

“cabeça de medusa
tuas cobras abraçam o mundo
aproveitando as franjas do passado

tuas mãos alargam
com falsidade
os becos da nossa alegria
faceta mais pura do silêncio que há em nós

as histórias passam pelas ruas
mesmo sem palavras

são elas o material necessário para imaginá-las”

-----------------------------------

“como utilizar palavras frescas
ou etc

enxuge primeiro as próprias mãos
depois
mergulhe as palavras no mundo
ou em qualquer vestígio dele
quando puder
recupere as melhores
e as mais urgentes


em caso de incêndio
assuma a responsabilidade




- respectivamente pág. 43 e pág.58 de O poeta não existe, Dora Ribeiro, Livros Cotovia

PS: o negrito não pertence ao original, fui eu que tomei a liberdade de o sublinhar no livro em papel e também aqui no post. Aos amantes fundamentalistas dos livros intocáveis, é favor remeterem as queixas à administração.

Sem comentários: