quinta-feira, dezembro 22, 2005

digo o teu nome contra a parede branca

Digo o teu nome contra a parede branca
soletro-o uma e outra vez
afasto as sombras – do candeeiro do
guarda-roupa
a minha própria sombra –
como quem espanta as aves
depois da sementeira.

E quando fica só o teu nome
fito-o como se fosse um visionário
de grande olhar azul
sento-me à tua beira
à beira do teu nome na parede branca.
Conversamos e dizemos segredos
e acaricio cada uma das sílabas do teu nome
como se nunca as tivesse tocado.

E quando nos cansamos
adormecemos ambos:
eu sentado na cadeira
e as pupilas do teu nome
fechadas sobre o meu peito”

- pág. 52, No silêncio da Terra, Nuno Higino, Campo das Letras


PS: Sem querer cortar o espírito do poema, mas já cortando, devo dizer que me continua a incomodar este espaço em branco que fica entre o título e os posts, quando se abre o blog (que a Joana não vê, mas que a Ana e eu vemos...será que alguém é capaz de me explicar este fenómeno?).

PS2: Tenho uma caneta nova para contar estórias...

1 comentário:

mines disse...

Não posso crer! Oh, Joana, tu recebeste um coelho vestido de Pai Natal?