o mundo está lá fora
Anita, aqui também está um frio do pior. Eu já só saio de casaco, luvas e cachecol.
Eu imagino que deve ser complicado trabalhar-se numa coisa ou num sítio de que não se gosta. Trust me. E sei a sorte que tenho tido em muitas coisas. Tenho uns pais que me apoiam incondicionalmente em relação ao Plasticidades e a futuras plasticidades, mesmo quando isso implica deixar de lado a faculdade durante uns meses.
Mas, a verdade, (e está-me a pesar a consciência, porque tenho a sensação de que não me devia estar a queixar) é que acabo por passar os meus dias fechada em casa (sim, em boa companhia à volta da livralhada e a tomar chá) sem ver ninguém, ou então a passear sozinha pela baixa (a parar num café ou outro para tomar notas no caderninho). Nos últimos tempos, as coisas têm-se tornado ainda mais solitárias....os rituais, os passeios, a escrita...até os cafés. A micas inês anda atrapalhada com os trabalhos. A micas Sónia também trabalha e longe daqui.
Sem ver ninguém, sem falar com ninguém...E agora pergunto-me: será que é positivo, até para a escrita, esta solidão? Às vezes, tenho medo de me estar a tornar num tipo de pessoa que não queria ser.
Conhecidas, só me são as ruas e o cheiro da cidade. Os passeios pela baixa, os headphones nas orelhas e o blog das meninas. Ando a lutar contra a falta de vontade de sair deste apartamento. Como agora, por exemplo, quando olho para o relógio e penso: “anda, Minês, vamos vestir o casaco e sair, que o mundo está lá fora...”.
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