O português que nos pariu
Joana (menu. inserir símbolo. vírgula – sou mulher de muitos recursos!), finalmente posso dizer-te: o livro é da Angela Dutra de Menezes!
Acabadinho de fechar depois de um bocadinho de tempo à espera de uma consulta, «O Português que nos pariu» é um livro que vocês têm todas (mas mesmo todas) ler.
Estava aqui a ver se seleccionava um pedacinho para o post, mas afinal vão ter de ser alguns pedacinhos, ok?
(ai, a falta que faz a tecla da vírgula!!!!!)
Pronto. Agora tenham só um bocadinho de paciência para ler e vão ver que vão gostar. O primeiro excerto é tirado do capítulo “Receita de Português”.
- “Quando os vândalos e alanos se dissolverem, bata vigorosamente pois visigodos e suevos tentarão encaroçar por 150 anos. Mantenha-se atento à receita. Não pare de bater nem mesmo quando os visigodos argumentarem serem os inventores do status quo da sociedade medieval portuguesa. (...) Faça-se surdo e, até o último visigodo desmanchar, capriche em revolver a massa. (...) Espere inúteis três séculos – visigodo é chuchu histórico, só faz volume, não larga gosto – e jogue os árabes e mouros." (pág.18)
- “Coitado de Henrique de Borgonha, estrepou-se nesta história. Além de gerar a genialidade de Afonso Henriques, nada lucrou com o casamento. Para um homem da sua estirpe deve ser humilhante passar à posteridade como simples reprodutor. Bem, mas a culpa foi do sogro. Afonso VI, ao engendrar a novela, cometeu um de seus poucos erros políticos. Não levou em conta nem o bairrismo do Condado Portucalense, nem a possibilidade de alguém armar falseta.”
- “Dom Manuel reinou para resultados – conseguiu. O resto é papo-furado. (...) Logo, o abençoado rei determinou que anualmente, durante a primavera, zarpasse de Lisboa uma esquadra para arrebanhar especiarias pelos quintais do mundo – os impérios pensam assim, off Broadway é quintal. Não chega a ser novidade: os donos de outras terras reclamaram a ousadia lusitana de ir chegando e entrando, como se visitassem a casa da mãe Joana.” (pág.94)
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