sexta-feira, agosto 22, 2008

personagens do outro mundo

Gente inesperada, gente porreira, gente séria, gente louca. Gente que cai sempre nas escadas, gente que nunca cai nas escadas. (Não vos digo qual das gentes eu sou...)

Gente que sabe muito. Gente que sabe a pouco, que vem de todo o mundo, passa cá a tarde, e que não voltarei a ver.

Gente que entra e toca (já vos contei) e eu aproveito, aproveito. Gente que, sem tocar, toca ainda mais.

O ocasional momento de "secôrro, que é hoje!". E pára tudo! Rio-me por dentro, porque me apetece dizer-lhes "álabêr" (e acho que no outro dia me saiu qualquer coisa do género, assim, baixinho).

Ao mudar de poiso, começar a conhecer a vizinhança. Há por cá um tipo que podia ser actor de cinema. " Ai, rapaz, se tu soubesses bem / como é que eu fico quando vou ao bailarico". (Não sei se dança à marcial, ó ai).

Gente que descobre coisas connosco. "E não é que é mesmo, homem?" Muitos quadros juntos têm um cheiro próprio.

Gente que me fala de mim. Gente que entra e me diz: "Tem um livro, não tem?". Abro os braços. Se tenho um livro? Aqui até tenho muitos. Estantes deles.

Gente que tem histórias para contar, tantas histórias, e eu que agora já não escrevo.

Ando mais no meio de gente do que de livros. E já não estranho.

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