ai, menina ou "contra factos, não há argumentos"

Quem diria que eu tinha assim tanto jeito para a rambóia, pó bailarico, pó folguedo?

Chegou, apresentou e deu show

Todos os dias recebo um e-mail: "divulgação do nosso livro na mídia". E já me mandaram umas fotos bem divertidas. Show!

Quando te dizem

vamos amadurecer essa ideia, o que querem dizer, na prática, é "não vás com tanta sede ao pote", não é?

o fim do mundo para estes dias

Um deles diz "bô..." (e a gente já sabe da costela transmontana), que o jogador é mais português que muitos, nascido onde quer que tenha sido. O que está ao lado bem tenta explicar, "naturalizado", mas não adianta.

E continua: "Eu digo-lhe, o Porto pode ir buscar qualquer badameco, digo-lhe, desde que funcione com os outros badamecos". "Eu digo-lhe" para trás, "eu digo-lhe" para a frente. Bate-lhe no ombro. Porque o Porto "tem equipa".

O dono do café tem ar de quem não queria que lhe "dissessem" nada. Deve ser a mesma coisa todos os dias. Varia o jogador.

Há um terceiro que não fala. Cara séria. Pensei eu: benfiquista?

Pão quentinho na mão, confusão com os trocos, aqueles dois ainda ali na conversa. O dono sai comigo e acende um cigarro à porta: aquele está à espera da vinda de Jesus Cristo. "Para estes dias", acrescenta.

Heim?

Por via das dúvidas, volto lá hoje.

ó, pá, já me ia esquecendo

GATEWAYS, uma exposição internacional de capas de livros contemporâneos. No Silo-Espaço Cultural (Norteshopping), até dia 20 de Setembro.

Vão ver!

personagens do outro mundo

Gente inesperada, gente porreira, gente séria, gente louca. Gente que cai sempre nas escadas, gente que nunca cai nas escadas. (Não vos digo qual das gentes eu sou...)

Gente que sabe muito. Gente que sabe a pouco, que vem de todo o mundo, passa cá a tarde, e que não voltarei a ver.

Gente que entra e toca (já vos contei) e eu aproveito, aproveito. Gente que, sem tocar, toca ainda mais.

O ocasional momento de "secôrro, que é hoje!". E pára tudo! Rio-me por dentro, porque me apetece dizer-lhes "álabêr" (e acho que no outro dia me saiu qualquer coisa do género, assim, baixinho).

Ao mudar de poiso, começar a conhecer a vizinhança. Há por cá um tipo que podia ser actor de cinema. " Ai, rapaz, se tu soubesses bem / como é que eu fico quando vou ao bailarico". (Não sei se dança à marcial, ó ai).

Gente que descobre coisas connosco. "E não é que é mesmo, homem?" Muitos quadros juntos têm um cheiro próprio.

Gente que me fala de mim. Gente que entra e me diz: "Tem um livro, não tem?". Abro os braços. Se tenho um livro? Aqui até tenho muitos. Estantes deles.

Gente que tem histórias para contar, tantas histórias, e eu que agora já não escrevo.

Ando mais no meio de gente do que de livros. E já não estranho.

let me tell you -3

Hoje, às 8:30 da manhã, já descia Santa Catarina de casaco bem apertado. Ao lado do Majestic, há uma casa de fotografia que tem na montra uma foto do incêndio do S. João. 1908, teatro ardido (nunca mais esqueço essa imagem).

As lojas ainda fechadas, a rua sem beatas, a Batalha já no corre-corre e uma gaivota absurda a meter medo aos pombos. Ver sair o eléctrico. Não me canso de andar de eléctrico.

9 e pouco, dois rostos sorridentes ao meu encontro. Ouvir falar de quando esta cidade tinha mulheres que se importavam com os tecidos, forro que durasse muitos invernos, malhas boas.

"É para ajustar aqui, que faz o efeito". Mulheres de cintura bem desenhada. Um dia, devia cá voltar só para roubar pormenores para personagens. "Meça lá outra vez". "Este pró vestido, aquele pró casaco".

"Mas sabe que feito à medida vai ficar outra coisa". E eu sei. Cá dentro sinto-me uma menina.

pianada

Pianada desde as 3 da tarde, pianada ao vivo, pianada de entrar eu e perguntar "O que é que está a acontecer lá em cima?".

Pianada que até dá mais gozo trabalhar. Mail para trás, mail para a frente.

Pianada toda a tarde. Pianada que se ouve da rua e faz entrar o povo, pianada de virem perguntar :"Pode-se ir ouvir?".

Pianada que até dava vontade de vos telefonar e dizer: "ouçam isto! ouçam, que ele toca que se farta...".

Pianada e "até amanhã!".

Fantástico, um sítio assim.

Turtles, chips e italianos

Confused sea turtles go to Italian restaurant - notícia no Telegraph.






"About 60 newly hatched sea turtles lost their way during their ritual passage to the sea and marched into an Italian restaurant instead. (...)"They saw the artificial lights and took the wrong route". "

J e Ricardo, ponham lá um chip ao Platão, que eu sei que ele tem tendência para fugir do aquário e ir ver o mundo. Não moram ao pé de um Italiano, pois não?

bom começo de dia

mesmo antes do café, receber um postal de longe, de uma cidade que não é a minha, para ler "Ciau! Prego raggazza!" e que "Florença é belíssima!".

Querem melhor?

here we go

Discover Nina Simone!

PSSSSST

Dois elogios para meter ao bolso, as primeiras provas do livro na mão, uma capa para decidir, festarola logo à noite

e eu no trabalho sem poder guinchar como a ocasião merece.

let me tell you -2

Rir. Aquele rir de despentear os cabelos recém-cortados, de apertar a barriga, de fazer doer as bochechas.

Rir. Inesperadamente, sorrir. E, de repente, a vida sorrir de volta lá do alto (de uma altura, vá, considerável)...

let me tell you

Não sei se da viagem, se da companhia, se de me terem tirado as medidas, ou se das vistas, mas este sábado vai ficar sempre assim:




como aquela voz que canta que tudo aquilo das fisgadas não serve para um poema.