um update do meu ruski
Contava eu ainda há pouco à Inês que adoptei a famosa técnica do post-it pela casa fora para memorizar algum vocabulário em russo.
Good news: funciona! Downside? Ainda bem que perguntam:
- já tentei colar um post-it a dizer coбaka na testa do Lucas mas ele não cooperou. Nem o coбaka, nem o post-it que não cola.
- de cada vez que lavo os dentes lembro-me da família inteira (mesmo a que não tenho) por causa dos graus de parentesco.
- no outro dia fui almoçar com a minha avó e, mal entrei em casa, a primeira coisa que ela me disse após demorados segundos de concentração (sobrolho erguido e rugazinha no meio da testa included) foi “babuska”, ou seja, avó. Ela memorizou à primeira. Eu não. O Rodolfo acha que ela decidiu alinhar porque tem medo que eu entre em casa um dia a cantar a Internacional.
- quando tento dizer qualquer coisa em russo tenho tendência para usar um tom de voz mais agressivo do que o normal e para tentar enfiar a palavra okнo (lê-se áknô) em toda e qualquer frase, porque foi aquela que eu consegui memorizar logo na primeira aula. Escusado será dizer que há um limite para o número de vezes que alguém te tolera sentado à mesa a dizer “isto é uma janela!” com ar violento, sem se rir.
- a minha casa parece a Zara em época de saldo só que as etiquetas nos objectos em vez de dizerem 20% desconto fazem lembrar hieróglifos. E by the looks of it, até as portas da sala estão à venda.
- sempre que observo a minha própria letra em cirílico penso que não tenho mesmo jeito nenhum para desenho. Que fará para russo...
- hoje veio uma senhora ucraniana pedir-me dinheiro. Eu perguntei-lhe se ela não queria oбед... Abrevio agora a história para vos dizer que só posso concluir que das duas uma: ou a mulher não gostou da cara de nenhum dos bolos que estava na montra do café ou o meu sotaque é pior do que eu imaginava e a senhora achou melhor não se meter com malucos.
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