(este post é comprido, mas conversas recentes justificam-no...so bare with me!)
Os nossos textos têm quase sempre duas leituras possíveis. A de quem nos lê. E a de quem nos lê e nos conhece bem o suficiente para perceber as meias palavras no meio das opiniões mais viscerais da mulherada.
A título de exemplo, eu não preciso de usar nomes para vos falar de um certo palhaço por quem eu tenho um ódio de estimação que roubou o natal no ano passado. Ou preciso? É o tipo de informação que se dá por meias palavras. Porque meias palavras chegam. Sempre chegaram. Corrijam-me se estiver enganada.
De qualquer forma a grande questão é a seguinte. Se eu estiver a pensar em mudar de emprego, se eu estiver a ponderar o fracasso da minha mais recente relação amorosa...eu telefono-vos. E muito provavelmente nem é por razões de exposição que não o espeto com todas as letras no blog. Nessas alturas nem me lembro de blog ou de meio blog. É porque estou agachada a olhar para o forno enquanto me preparo para pecar com uma fornada de scones com o telefone numa mão e um lenço cheio de ranho na outra e quero falar convosco. Ou coscuvilhar indecentemente.
Outra coisa: da mesma maneira que não escrevo no blog “estou com problemas com a minha cara metade que mora na rua tal na cidade y nr x” também não escrevo “hoje comecei uma relação com fulano que mora na rua tal na cidade y nr x”. N’est pas?
Não se pode dizer tudo abertamente num blog sem censura (auto ou não)? Provavelmente não. Nem sequer em sociedade. Mas é preciso? Corrijam-me se estiver enganada.
Dizia eu hoje à Inês que, se o problema fosse esse, ia para a net, chamava-me Guida das Couves...e dizia o que me apetecia. Mas isso são coisas de putos. E eu não só não tenho paciência para isso, como também gosto de own my opinions.
Perdoem-me a franqueza, mas é mesmo assim. E depois, se acham que não faz sentido manter aberto a toda a gente o blogdasmeninas, onde se encaixa nesse raciocínio o ameninapod? Uma coisa não faz sentido sem a outra. Eu gosto quando me dizem: “vi um link no vosso blog para uma coisa muito gira...olha que não fazia ideia...boa dica....blablabla...”. Gosto. Não o vou negar.
Até hoje ainda não tivemos um comentário sequer que fosse negativo, má onda, chato, ameaçador ou malicioso. O que me faz pensar que quem lê o blog ou não está para se chatear (um bocadinho como nós) ou é tudo boa gente que se diverte com cinco meninas que sabem rir de si próprias. Mas, again...corrijam-me se estiver enganada.
Resumindo: eu não estou de acordo convosco ( com a maioria, aparentemente) no diz respeito à privatização do blog. Agora, se a malta se sentir reprimida, eu não me oponho, nem entro em conflitos. Fico só com pena.
Aguardo, de qualquer maneira e como acontece sempre que se impõe uma discussão destas entre meninas, argumentos que me façam pensar duas vezes. E até, quem sabe, fazer campanha pelo sim ao “fecho para dentro”.