o patriota que há e não havia em mim

[Foto do Joao Miranda, Lusa]

Caras amigas, esta tarde vi-me forçada, por força das circunstâncias, a desabafar convosco um dos meus maiores receios que acabou de se tornar realidade aos meus olhos:

sofro pela Nação Portuguesa. É verdade, canto o hino nacional, seguido de «Portugal, olé, Portugal, olé», grito: «Viva Portugal!», vou para a rua buzinar e fazer festa por causa de... uma mera vitória num jogo de futebol.

É mesmo verdade e, digo-vos mais, tudo isso aconteceu hoje pela primeira vez. Eu, que me julgava uma pessoa séria, de espírito crítico bem desperto, nada dada a patriotismos, valorizando a história portuguesa sem a tornar glória do presente e futuro; Eu, que me julgava calma e sensata (e, confesso, até com algum bom gosto), dei por mim completamente furiosa perante lances perdidos frente à baliza da Inglaterra, chamei nomes aos adversários, roí as unhas e até rezei...
Posto isto, respiro fundo. Eu já não sou eu, mas sim outra. Sou portuguesa.
Receio bem não ter cura.

«Viva Portugal! Somos grandes!»